terça-feira, 5 de novembro de 2019

A mãe e o choro guardado dentro do peito



Ser mãe não é fácil, nesse mundo tão cheio de cobranças, nada fácil, ser mãe de um filho especial, então, não torna as coisas mais difíceis, porém os desafios se tornam maiores.
Às vezes você quer gritar, as vezes você quer correr, chorar e muitas vezes você consegue sorrir!
Alguns dizem: puxa ele, ela é uma benção, você não deve reclamar, você não deve murmurar, mas se esquecem que mãe também é gente, que sofre, que geme, que imagina o mundo do filho sem ela e sofre por antecipação, mas precisa guardar dentro do peito o choro que traz incomodação, “por que chora? ele é tão lindo!”
Filho não é peso é responsabilidade e nas nossas limitações como seres humanos, enxergamos o mundo que gira em torno dos nossos filhos, somos reflexo do lugar que  vivemos e por isso tememos.
As vezes nos tornamos invisíveis, porque o mundo lá fora por não saber e nem mesmo compreender nossa dor, prefere nos ignorar, fingir que não existimos, olham para nós com piedade, quando na verdade queremos ser vistas com dignidade.
Mas cabe nossos filhos nesse mundo tão grande, tão cheio de preconceitos, de maldade e desencanto? eles não são anjinhos como muitos dizem, são pessoas de carne, de osso, que vivem e querem viver e nos ensina muitas coisas, nos ensina a sobreviver, num lugar que tem medo de gente diferente, que não sabe conviver.
O choro fica na maioria das vezes guardado dentro do peito, preso na garganta, pois é preciso ser forte, parecer calma e lúcida na maior parte do tempo, mas por dentro as dúvidas, o medo e o desespero ficam pendurados numa linha bem fina, balançando e se balanceando com o amor que nos pede: calma!
O mundo é duro, mas existe Deus, mas na verdade só queremos ouvir, “pode chorar, pode falar, pode gritar, põe pra fora esses pensamentos, não tenha medo de dizer tudo o que pensa, sua revolta é válida e você tem todo direito de surtar de vez em quando, quem nunca não é mesmo?”
Não queremos ser poupadas, queremos apenas ser respeitadas, a nossa dor que não é lamento, é apenas um genuíno sentimento que vem da dúvida que mora no futuro: será que vai ser feliz? Será que vai conseguir ser? e assim vai uma lista de dúvidas e questionamentos que nos fazem estremecer, mas o mundo pede calma, sorria, faz a pose de equilibrada, que aceita, que ama, que é forte, é guerreira, mas por dentro somos apenas bichos fêmeas que buscam muita das vezes se sentirem serenas, dispostas a lutar, agem como leoas, que fazem de tudo para proteger sua cria, para que ela  permaneça, cresça e encontre um caminho para ser feliz e que seja, afinal existe Deus!
Sandra, mãe do Josué e da Analice.


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